Elvis Aaron Presley nasceu em 8 de janeiro de 1935, em
Tupelo, Mississipi (seu irmão gêmeo não sobreviveu ao parto), filho de Gladys
Love (1912 – 1958) e Vernon Elvis Presley (1916 – 1979). Aí viveu até
1948, e a casa é hoje objeto de peregrinação dos fãs.
Foi um dos homens mais belos de sua época, com uma voz
admirável, que, conjugados à arte musical (Rock and Roll principalmente),
fizeram dele uma das maiores celebridades do século.
Com 13 anos (1948), sua família
mudou-se para Memphis, Tennesse, passando a morar numa humilde casinha com dois
quartos, construída por seu pai. A peça dominante da família era Gladys, a mãe
(como ocorre com frequência). Seu pai, homem de poucas ambições, pulava de um
empreguinho para outro. A família dependia então da ajuda de amigos e da
assistência social (que para os americanos representa uma espécie de humilhação:
o americano com quem eu morei alguns anos, na juventude, recusava-se a usar
auxílio desemprego). Em certo período, ele e a mãe tiveram que morar com
parentes, quando o pai foi preso por oito meses, envolvido em um lance de
estelionato.
Na escola foi considerado "mediano", nos
estudos, mas começou a se destacar um pouco nas apresentações. Sua iniciação
musical foi na igreja que frequentava. Aos dez anos, em uma competição - Mississippi-Alabama Fair and Dairy Show,
3 de outubro, 1945 - classificou-se em quinto lugar. Alguns meses depois ganhou
uma guitarra, como presente de aniversário, embora não fosse o que desejava
(preferia coisas de cowboy). Começou a aprender um pouco do instrumento, com os
tios. Mas não se apresentava em público, por timidez ("But I would never
sing in public. I was very shy about it."). Tido pelos colegas como um
pobre diabo, que gostava de cantigas caipiras ("a "trashy" kid who played hillbilly music"),
objeto até de bullying pelos colegas (o que normalmente deixa marcas na
personalidade).
Vivendo em uma comunidade afro-americana, foi influenciado
pelo blues dos negros (anos depois iriam acusá-lo de racismo contra os negros,
o que não deve ser verdade, pelo que se observa de sua biografia).
Entre 1953 e 1954 (18/19 anos) fez algumas tentativas
inúteis de ser contratado/gravado como cantor, enquanto exercia atividades
humildes. Ao fazer um teste na banda profissional Smith's, o líder da banda,
Eddie Bond, aconselhou-o a continuar como motorista de caminhão, em que estava
trabalhando, "pois nunca vai conseguir nada como cantor".[1]
[Isso mostra como erram os que selecionam para emprego, rejeitando indivíduos
às vezes de grande potencial, e, o que é pior, jogando de ladeira abaixo a sua
autoestima e sua autoconfiança.]
Cinco de julho de 1954 (com 19 anos) foi o grande dia -
da virada - na vida de Elvis Aaron. Depois de um dia de tentativas frustradas
com Elvis, no estúdio, quando este executou "That's All Right", um
blues de 1946, pareceu que a ficha caiu para Sam Phillips, o dono da gravadora
Sun Records. Aquilo era o som que ele tanto procurava para a sua gravadora.
Três dias depois, quando o DJ Dewey Phillips colocou no ar That's All Right, em seu popular programa (de rádio) Red, Hot, and Blue Show, o telefone da
rádio congestionou, com as pessoas querendo saber quem era o cantor (pensavam
tratar-se de um negro, pela influência do blues). A comoção foi tanta, que
Phillips repetiu a música nas últimas duas horas do programa. A roda da fortuna
agora ia girar a favor de Elvis Aaron Presley.
Naquele mesmo mês ele começaria seus shows, fazendo
vibrar as plateias, já com seus movimentos sensuais, que enlouqueciam as
garotas.
O guitarrista Winfield "Scotty" Moore[2] e
o contrabaixo Bill Black, que haviam acompanhado Elvis na sua 'epifania',
imediatamente abandonaram seus empregos na banda onde tocavam, e formaram um
trio com o novo fenômeno, gerenciados pelo DJ Bob Neal. Em outubro, três meses
após a 'epifania', Elvis seria transmitido ao vivo por 198 estações de rádio,
em 28 estados.
Em 1955 Elvis (com 20 anos) se torna uma estrela
regional, do Tennessee ao Texas. Faz sua primeira performance na televisão.
Surge uma animosidade contra ele da parte dos rapazes, enciumados por sua
atração sobre as garotas, nos shows. Há riscos de violência contra ele. Fecha
contrato com a poderosa RCA Victor, pela enorme quantia (para a época) de
40.000 dólares. A grande empresa passa a investir pesadamente nele.
Em 1956 aparece na televisão em âmbito nacional (Stage
Show, da CBS).
Fecha contrato cinematográfico de sete anos com a
Paramount.
Uma diocese de Wisconsin dirige correspondência ao FBI,
acusando Presley como perigo à segurança dos Estados Unidos, por seus modos
sensuais que causavam transtornos na juventude. Ed Sullivan (dono do programa
mais popular dos Estados Unidos), declara que as apresentações de Elvis são indecentes
para as famílias. Passa a ser chamado "Elvis the Pelvis" (uma
contrariedade para ele). Ben Gross, do New York Daily News, escreve que
"...Elvis, que agita seu pélvis [nos shows]... dá uma exibição de
vulgaridade, recheada de animalismo, mais adequada a inferninhos e
cabarés...". A televisão passa a mostrá-lo da cintura para cima...
Entre 1956 e 1958 (21 a 23 anos), ele consolida sua posição de grande
astro do rock, e coloca a guitarra no lugar do piano, como centro da banda, o
que ficou até hoje, representando o espírito da nova música, embora ele não
fosse um guitarrista extraordinário (como Winfield Moore, Bo Dieddly ou Chuck
Berry). Seu álbum "I Forgot to Remember to Forget" foi o primeiro, do
rock, a atingir o topo do ranking Billboard, aí permanecendo por 10 semanas, um
fenômeno. "Heartbreak Hotel", de autoria de Tommy Durden e Mae Boren
Axton, lançado em 27 de janeiro de 1956, foi seu primeiro grande sucesso (pop hit), no novo contrato, com a RCA Victor.
Nos shows, as garotas pediam para Elvis
autografar-lhes as coxas... O que enraivecia os religiosos.
"Don't Be Cruel", com
"Hound Dog" atingiu o topo das paradas por 11 semanas, marca só
ultrapassada 36 anos depois.
Para o historiador Marty Jezer,
"Presley colocou o rock no centro da cultura popular".
Os shows de Elvis tornaram-se
eventos agitados, turbulentos, histéricos. Nos dois realizados no Mississippi-Alabama Fair and Dairy Show,
50 policiais foram destacados para conter a massa de jovens.
Seus álbuns e gravações subiam
rapidamente para o topo das paradas. Um jornal de Detroit declarou: "O
problema de ir a um show de Elvis é que você corre o risco de morrer." Em
Vancouver a multidão histérica destruiu o palco após o show.
Frank Sinatra, que havia iniciado
aquelas reações frenéticas dos jovens em seus shows, anos antes, criticou
severamente o fenômeno (inveja, ressentimento ou conservadorismo?)... Elvis
respondeu de maneira equilibrada. No entanto, Sinatra era superior em voz. Não
foi à toa que os americanos o cognominaram de "The Voice" (A Voz), alcunha
que ficou para sempre.
Em 1958 é convocado para o exército,
e comporta-se de maneira assertiva durante todo o serviço militar. Procurou
agir naturalmente, sem privilégios, o que angariou a simpatia dos companheiros.
Nessa época conhece Priscilla
Beaulieu, por quem se apaixona, e com quem iria se casar, sete anos e meio
depois. Retorna aos Estados Unidos no dia 2 de março de 1960. O trem em que
viajou, de New Jersey para o Tennessee, ia congestionado, por causa dele.
Em 12 de maio faz antológica
gravação com Frank Sinatra (mesmo com as críticas anteriores deste: glória e
dinheiro fazem de tudo...). Neste site do Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=Lt_E-iY6f58
você pode ouvir os dois monstros sagrados cantando My Way. Uma covardia para
Elvis, no meu entender pessoal, que tenho My Way gravado em meu subconsciente,
na voz espetacular de Sinatra. Como neste outro site do Youtube, em que Sinatra
solta toda a potência da sua voz, como que livre da 'interferência' de Elvis: https://www.youtube.com/watch?v=kl4Uh5nOFAg (não me
envergonho de dizer que já cheguei a derramar lágrimas, ouvindo a interpretação
de My Way por Sinatra - não tanto pela voz dele: a letra é uma tremenda poesia,
que, associada à melodia e à voz fenomenal, constituem uma obra fantástica).
A RCA o homenageia com uma placa,
pela venda de 75 milhões de discos.
Mas a década de 60 marcou uma
espécie de marcha a ré para Elvis. Ou melhor, de empreendimentos não muito
gloriosos. Os 27 filmes que estrelou não foram propriamente fracassos, e até
lucrativos. Mas longe da glória como popstar. A história se repetiu para ele,
assim como para os Beatles. A carreira de ator exige mais do que um corpinho
bonito e uma bela voz. Exige técnica, estudos, e mesmo vocação. A maioria dos
grandes atores começaram cedo, e tiveram que ralar, em busca do domínio da
arte. A beleza ajuda, muito, sim, mas não é o único requisito, que dispense os
demais. Além disso, o cinema é uma produção em equipe. Não basta uma estrela. Exige
um grande diretor, um grande escritor, um bom roteiro, e uma fila interminável
de profissionais, a começar pelos câmeras, sem esquecer os coadjuvantes, e até
o sujeito que cuida do cavalo (nos faroestes, por onde andou enveredando). Bem
diferente de soltar o vozeirão e rebolar os quadris, diante de mociças
histéricas, de sexo reprimido pela cultura medieval e religiosa. Concorrer com
os monstros da área, como um Paul Newman (1925-2008) ou um Marlon Brando
(1924-2004), era desafio grande demais, mesmo para ele. Sinatra, a meu ver, foi
mais bem sucedido no cinema, embora não igualando-se àqueles luminares de
Hollywood.
Paul
Newman: http://revistaogrito.ne10.uol.com.br/page/blog/2008/09/27/paul-newman-morre-aos-83-anos/
Em junho de 1969, volta ao que ele
sabia fazer realmente, em grande estilo: lança o álbum From Elvis in Memphis. Um de seus grandes trabalhos, com country,
soul e rock.
Pouco depois é fechado um contrato
com um hotel de Las Vegas, de cinco anos, com salário anual de um milhão de
dólares, para apresentações semanais. Lança com grande sucesso o álbum "From Memphis To Vegas/From Vegas To Memphis".
Com "Suspicious Minds",
atinge o topo das paradas (depois de sete anos fora dele, e pela última vez em
sua carreira, nos Estados Unidos). No início de 1970 lança o álbum "On Stage". Em abril, lança o
single (aqui chamávamos 'compacto' - com uma ou duas músicas em cada lado) "The Wonder of You", que
atinge o topo na Inglaterra, e grande sucesso nos Estados Unidos. Em agosto é
lançado o documentário "Elvis: That's the Way It Is". Sofre
ameaças de morte, ante extorsão de 50.000 dólares. O FBI passa a protegê-lo e
ele vai para os shows armado.
Mas a década de 60 trouxera uma
contrariedade irreparável para Preslei. Enquanto ele praticamente saíra de
cena, com sua experiência hollywoodiana, quatro novas figuras, formando uma
bandinha, chamada The Beatles (da qual você deve ter ouvido falar), assumiram o
posto de novos fenômenos, novos deuses do mundo pop, da juventude e da
contracultura, em escala universal. E com um agravante muito sério: produzindo,
eles próprios, como compositores, uma música de altíssimo nível, que jamais vai
desaparecer nos anais da civilização. Eram os novos reis, os novos deuses (John
Lennon chegou a declarar que eram mais famosos do que Jesus Cristo, causando
grande irritação no mundo cristão).
Sou suspeito para essa avaliação,
porque vivenciei a ascensão dos Beatles, absorvido também pela paixão
avassaladora que eles despertavam na juventude (rapazes e moças, é bom dizer)
dos anos 60, abalando os alicerces das convenções sociais, do comportamento sexual,
a chamada 'contracultura', de modo que o mundo nunca mais voltaria a ser o
mesmo, mandando ao lixo os restolhos medievais da civilização.
Beatles:
http://tabomdeacucar.blogspot.com.br/2010/12/34-curiosidades-sobre-os-beatles.html
Isso
ficou eloquente no encontro de Elvis com o presidente americano, no dia 21 de
dezembro (1970), Richard Nixon (aquele que perdeu a presidência, tragado pelo
escândalo Watergate). Além de expressar o seu patriotismo americano, manifestou
seu desprezo pelos hippies[3], e
acusou os Beatles pela crescente cultura das drogas e a contracultura[4] em
geral: ideias de uma pessoa "certinha", ao contrário do que apregoam
muitos por aí.
Porém o mais irônico estava por vir.
Sugeriu ao presidente um Bureau of Narcotics
and Dangerous Drugs, para combater o uso de drogas. Nixon considerou o
encontro algo estranho ('awkward'), talvez bem informado, como sempre foi o
governo americano, de que Elvis pisava em terreno pantanoso, com relação às
drogas. E limitou-se a manifestar sua crença de que "Presley podia enviar uma mensagem positiva aos jovens, para o
que, seria importante manter sua credibilidade" ('retain his
credibility'). Enfim, desconversou. Mas Elvis perdeu uma boa oportunidade de
ficar calado: disse que os Beatles (cujas canções ele executava regularmente)
eram antiamericanistas (o que não era verdade) e disseminavam a apologia das
drogas entre os jovens (isto sim, era verdade, acompanhei de perto).
Posteriormente, Paul McCartney - que tivera um encontro com Elvis, juntamente
com os demais Beatles, algum tempo antes - declarou que sentiu-se traído por
Elvis: "A grande piada nisso é que
nós [todos] estávamos usando drogas (ilegais) [naquele encontro] e vejam o que
aconteceu com ele" [destruído pelas drogas até o fim] : "The great joke was that we were taking
[illegal] drugs, and look what happened to him".
Com Nixon, na Casa Branca, em 21 de dezembro de 1970:
https://en.wikipedia.org/wiki/Elvis_Presley
Elvis,
na verdade, parece nunca ter preferido o uso de drogas ilegais, além de evitar
o álcool (a mais destruidora das drogas, embora legal), pois em sua família
havia muitos exemplos de alcoólicos. E já se tinha conhecimento de que um dos
fatores para o alcoolismo é genético (afirmam alguns estudiosos que um filho de
alcoólico tem quatro vezes mais chance de também contrair a mazela). No
entanto, afundou de cabeça nas drogas de farmácia ('pharmacopoeia'), muitas delas
terrivelmente destrutivas. Como pagava para obter receitas médicas às carradas,
achava-se dentro da lei. Seu médico principal, George C. Nichopoulos, falou: "achava que, conseguindo drogas através
de um médico, não era um viciado comum, como os pobres diabos das ruas".[5] Os
Beatles, que mergulharam fundo nas drogas ilegais, pegando até cadeia (Elvis
nunca foi preso), foram, ironicamente, beneficiados por isso. Findaram
reconhecendo seu fundo de poço (principalmente Lennon - Paul parece ter sido
sempre mais comedido, mais equilibrado) e afastando-se do lixo químico. Lennon,
pelo que sabemos, foi ajudado por Yoko Ono na recuperação (apesar do ódio
contra ela, dos fãs idiotas), retornando numa carreira solo brilhante, e
findou, como todos sabem, assassinado por um fã (?) estúpido (dezembro de
1980), quem sabe, drogado, e ainda hoje na cadeia. Para o indivíduo que atinge
o fundo de poço da dependência química, é essencial, antes de tudo, reconhecer
o problema e pedir ajuda. O que exige humildade (não confundir com
'simplicidade'). Jogar a toalha e declarar expressamente: 'por favor me ajudem,
não aguento mais'. Elvis nunca fez isso. Em parte, talvez, porque no final da
carreira estava cercado de uma corja mau-caráter (a "Máfia de Memphis"),
que não desejavam nem de longe a sua recuperação, pois significaria o
fechamento das torneiras do seu dinheiro (ele era seu "banco").
Em fevereiro de 1972, Priscila pede
a separação - por conta de traições dela (com Mike Stone, treinador de caratê).
Segundo ela, Presley reagiu de maneira violenta, chegando a estuprá-la na
ocasião. Em seguida Elvis casa-se com Linda Thompson, vindo a separar-se em
1976. Segundo Joe Moscheo, o fim do casamento foi um choque, do qual ele nunca
se recuperou.
Em 1973 (38 anos) teve dois comas
por overdoses de barbitúricos e outros internamentos em semicoma, pela
dependência de Demerol. Suas condições se deterioram rapidamente a partir de
setembro. Lembra o guitarrista John Wilkinson: "Ele estava completamente
fodido. Era óbvio que estava drogado, que havia algo terrivelmente errado com
seu corpo. As palavras saíam tão mal nas canções, que mal se entendia... Eu o
vi em seu camarim, arriado sobre uma cadeira, incapaz de se mover. Aconselhei:
por que não cancela o tour e tira um ano" [de tratamento]? E ele: "Não se preocupe. Está tudo
bem..." E fala Marjorie Garber, crítico cultural: "Seus fãs agora
eram matronas de meia idade e avós de cabelos brancos". [Quando o barco
afunda, os ratos abandonam o navio...]
Em julho de 1976 (41 anos), seu pai,
que passara a se envolver nos negócios, demite a "Máfia de Memphis",
os seguranças Red West, Sonny West e David Hebler, argumentando corte nas
despesas. Dizem alguns que Elvis não teve coragem de encará-los. Em 1974 não
entrara no estúdio.
A RCA, que havia faturado alto com Elvis
por mais de uma década, se desinteressa por ele. Em 1976 a gravadora envia um
estúdio móvel a Graceland (a mansão de Elvis) para duas sessões de gravação.
Mesmo naquele ambiente favorável, o trabalho foi "uma luta" para ele.
Segundo o jornalista Tony Sherman,
em inícios de 1977, "Presley se tornara uma caricatura grotesca de sua
bela e energética figura. Muito obeso, sua mente afetada pela 'pharmacopoeia'
que ingeria todos os dias, mal podia se arrastar até os concertos
abrevidados". Em Alexandria, Louisiana, esteve em cena por menos de uma
hora, e não se podia entendê-lo. Em Baton Rouge não conseguiu sair da cama e o
restante do tour foi cancelado. No entanto, não aceitava suspender os
compromissos. Em Rapid City, South Dakota, mal podia falar, incapaz de se
movimentar, segundo o historiador Samuel Roy. Seu último (triste) show foi em 26 de junho, em Indianápolis,
Indiana, no Market Square Arena.
Morreu em 16 de agosto de 1977. Cerca
de 80 mil pessoas acompanharam o sepultamento no Forest Hill Cemetery, ao lado
de sua mãe. "No corpo dele foram encontradas 14 drogas, 10 em quantidade
elevada"[6].
Com a tentativa de roubarem seus
restos mortais [a estupidez dos fãs parece não ter limites], estes foram
transferidos em outubro, juntamente com os de sua mãe, para Graceland.
Merecia
um fim mais digno, recuperado das drogas, como fizeram tantos outros. Sinatra andou fazendo bobagens por conta do
álcool, mas não se entregou, parece ter moderado consideravelmente seu uso, e
teve um fim digno (viveu mais de 80 anos), ao lado de sua última mulher.
Lennon, como já falei, recuperou-se totalmente e poderia ainda estar vivo, se
não fora a estupidez criminosa de um fã imbecil. Paul MacCartney continua vivo,
apresentando-se em grande estilo, para satisfação dos fãs. Pelo que sabemos,
não foi muito longe com as drogas.
Mas
é errado afirmar que as celebridades são empurradas para as drogas, mais do que
as pessoas comuns. A praga dos psicotrópicos está disseminada em toda a
sociedade, em todos os níveis, indistintamente: do gari ao magnata, passando
por médicos, advogados, escritores, professores, e até padres.
Outro
erro, em que muitos incorrem, é acreditar que as drogas ajudam a produzir obras
exóticas. Mentira. Ninguém, nem os gênios, é capaz de produzir algo que preste,
lombrado ou bêbado. Quem afirmar o contrário estará mentindo. Muitos tentaram
isso, para descobrir, depois de sóbrios, que o produto da lombra, ou bebedeira,
tinha um só destino: a lata de lixo. Conheci isso pessoalmente, com alguns
escritores, principalmente. Mas os leigos continuam a pensar o contrário. Um
exemplo é a música Lucy in the Sky with
Diamonds, que afirmavam, quando foi lançada, que seria fruto de uma lombra
de Lennon: daí as iniciais de Lucy, Sky, Diamond - LSD.
Pura mentira, segundo o próprio Lennon, que declarou, em uma entrevista (hoje
disponível por aí), que tinha se inspirado em um desenho escolar de seu
filho...
Enfim,
Preslei é exemplo eloquente de que as drogas têm o mesmo efeito para todos (que
não se recuperam): o fim triste, degradado, o desprezo da sociedade - família,
amigos, e até o dono do bar. O Rei do Rock não merecia isso, por sua carreira.
Mas foi o que aconteceu, infelizmente.
João
Bosco Fernandes Mendes
Presidente
da Academia Quixeramobinse de Letras, Ciências e Artes - AQUILETRAS
Fonte
principal:
Elvis Presley, Wikipedia, the freee encyclopedia (tradução):